Assim como o Brasil, os Estados Unidos mantém um sistema de investimento em renda fixa semelhante ao nosso Tesouro Direto. Inclusive, esse programa americano tem a mesma nomenclatura, Treasury Direct. Contudo, lá, o investimento é realizado diretamente com o Governo. No post de hoje, entenda como funciona o ativo mais seguro do mundo.

Aqui no Brasil, as transações do Tesouro Direto são feitas por intermédio de corretoras ou instituições financeiras credenciadas, como explicamos nesse post sobre os títulos públicos brasileiros, sempre intermediadas pela B3, que possui convênio com o Tesouro.

O Governo de um país oferece esse sistema de investimento em títulos públicos geralmente para pagar sua dívida externa. Com os EUA não é diferente. O Governo utiliza o dinheiro do investidor como um empréstimo. Sendo assim, esse programa é de grande importância financeira e econômica para o país. Por esse motivo, os títulos públicos também são chamados de títulos da dívida pública.

De acordo com o economista Thiago Salomão, a remuneração pode não ser a melhor, mas o risco de levar um calote comprando os títulos públicos americanos é quase nulo. Atualmente, esse ativo ganhou destaque entre os investidores, pois sofreu uma alta, atingindo a faixa dos 3% no final de abril.

Essa crescente está relacionada à forte alta do petróleo, já que os combustíveis são uma variável que afeta a economia em diversos âmbitos mundiais. No último mês, com essa elevação do petróleo, as expectativas inflacionárias se inflamaram pelo mundo, levando os investidores a apostarem mais nos títulos públicos americanos. Quando há instabilidade no mercado, a procura por esses títulos costuma aumentar.

T-bills, T-notes e T-bonds

Essas expressões significam, respectivamente, Treasury Bills, Treasury Notes e Treasury Bonds, três tipos de ativos que o Governo americano oferece como opções ao investidor.

As T-bills são investimentos com retorno à curto prazo, inferior a 1 ano. Além disso, são emitidas com desconto de seu valor de face. Outra característica americana é que muitos empréstimos de juros variáveis e hipotecas têm suas taxas alinhadas com essas obrigações.

As T-notes possuem prazo de validade entre 1 e 10 anos, sendo que os prazos mais comuns são de 2 e 5 anos. Elas são emitidas por sistema de leilão em datas determinadas e normalmente pagam cupons semestrais.

Por fim, as T-bonds são os investimentos com retorno à longo prazo (mínimo de 10 anos). Elas seguem o mesmo sistema das T-notes, emissões através de leilão em datas estipuladas e com cupom semestral. Também existem as T-bonds com prazo de 30 anos, conhecidas internacionalmente como Long Bonds. Além do mais, as T-bonds têm denominação mínima de U$1.000,00 e é a única aplicação do mundo considerada de risco zero.

Como investir no Tesouro americano?

Hoje, operar no mercado americano é mais simples do que parece. É possível investir no S&P 500 daqui do Brasil. S&P 500 é o índice de ações mais importantes dos EUA, composto por ações das 500 maiores empresas americanas. Entre elas, estão a Apple, Nike, Cola-cola e Disney. Para negociar nela, não é preciso ter conta no exterior, nem converter real em dólar, nem possuir imóvel lá. Basta ter uma conta ativa em uma corretora, o que também é indispensável para investir no Brasil.

Após isso, é só digitar o código ISP no Home Broker, escolher o ativo e clicar em comprar ou vender. Cada ponto do S&P 500 vale U$50,00 e o valor é creditado ou debitado em reais, de acordo com a cotação do dólar.

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