O mercado de ações parece um bicho de sete cabeças para você? Hoje vamos simplificar de uma vez por todas esse mundo de opções e oportunidades para investir. Vem comigo!
De maneira simples, investir em ações significa comprar o direito sobre um ativo ou um produto. E aí, quando você adquire esse direito, ele se torna seu, e o que você fará com ele a seguir é responsabilidade sua.
O mercado de ações também serve para os investidores protegerem suas ações das mudanças rápidas e voláteis que podem existir no mercado de renda variável.
Mercado de ações: como funciona?
Vamos traçar uma situação hipotética. Imagine que você comprou um imóvel que ainda será construído. Ou seja, esse imóvel ainda está na planta. Como você vai comprá-lo muito antes da entrega do imóvel pronto, você precisa pagar agora apenas uma entrada de R$50.000,00.
Assim, quando o imóvel estiver pronto, ele valerá R$500.000,00. Você, que deu uma entrada de R$50.000,00, adquiriu o direito de comprar esse imóvel por R$500.000,00 quando ele ficar pronto. Na entrega das chaves, esse capital que você investiu de entrada vai ser descontado do valor final.
Enquanto isso, outras pessoas que comprarem o imóvel mais para frente, quando estiver construindo, precisarão oferecer uma entrada maior do que R$50.000,00, para adquirir o local por um preço maior ao final.
Acontece a mesma coisa no mercado de ações.
Agora, imagine que, um ano depois, com a construção em andamento, o valor do imóvel esteja cotado em R$550.000,00. Então, você encontra uma pessoa que deseja comprar esse imóvel de você por esse valor atual. E aí começa a negociação em que você sai ganhando.
Veja só, no início você desembolsou R$50.000,00, com a condição de desembolsar mais R$450.000,00 na entrega das chaves. Mas aí, você encontrou alguém que te pague R$550.000,00 e vendeu seu imóvel para ela.
Conta final: você gastou R$50.000, recebeu R$550.000,00, pagou os R$450.000,00 para a construtora e ficou com R$50.000,00 de sobra, ou lucro.
Transformando isso em ações
Agora vamos parar com as analogias e transferir esse pensamento realmente para o mercado de ações. Na prática, existem duas nomenclaturas que você precisa conhecer: a opção CALL (que é de compra) e a opção PUT (que é a de venda). Com a PUT, você compra o direito de vender sua ação no futuro.
Vamos por partes, começando com a opção CALL. Você não tem nenhuma ação, mas acredita que uma certa empresa terá suas ações valorizadas daqui 1 mês. Isso é apostar na alta do ativo. Se você comprá-las por 40 reais e, realmente, daqui 30 dias, ela estiver valendo 50 reais, você pode vendê-las e lucrar 10 reais em cima de cada uma.
Só que existe um porém. Ao comprar a ação, você paga um preço, chamado de prêmio. Imagine que você pagou 1 real por cada ação. Então, ao invés de lucrar R$10,00, você lucra R$9,00, pois desconta o valor do prêmio. Entendeu?
Já pode admitir, é mais fácil do que parece, né?
Opção PUT
Agora que já entendemos como funciona a opção de compra (CALL), vamos entender como funciona a opção de venda (PUT).
Aqui, acontece o caminho contrário. Por exemplo, você imagina que as ações de uma empresa vão cair. Cada ação vale R$30,00, mas você acredita que, em um mês, estarão valendo R$20,00.
Aí, você vende suas ações por R$30,00, antes do valor cair para R$20,00. Claro, descontando aquele R$1,00 que você pagou pelo prêmio ao comprar a PUT.
Podemos combinar assim: se você acredita que um ativo vai subir no mercado, você compra uma CALL. Se você acredita que o preço vai cair, você compra uma PUT.
E se eu estiver errado?
E se a ação que você imaginou que fosse subir, cair? Ou vice-versa? Aí você perde o valor do prêmio, no caso do exemplo daqui, você perde R$1,00. E para onde vai esse prêmio? Para um outro investidor que negociou com você. É o que chamamos de contraparte da operação. Então, sempre que você paga o prêmio, outro investidor está tendo a obrigação de cumprir com o combinado. E você estará exercendo o seu direito de compra.
Veja bem, a pessoa que paga o prêmio para ter o direito é chamado de Titular da ação. O sujeito que recebe o prêmio e é a contraparte é chamado de Lançador da ação.
Assim, o lançador tem a obrigação e o titular tem o direito.
Esse é o funcionamento básico do mercado de ações, que é muito amplo e cheio de oportunidades. Além desse ciclo básico, existem os riscos e os macetes para investir de maneira segura e estratégica. Mas isso é assunto para os próximos capítulos.
Espero que tenha gostado desse post! Se tiver alguma dúvida, deixe aqui nos comentários e não deixe de conhecer nossos cursos preparatórios para a ANBIMA.
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