A semana terminou de forma marcante para os investidores brasileiros. Ontem, quinta-feira (21), os investidores receberam a notícia da queda de 2,6% na bolsa brasileira logo pela manhã, após a mídia anunciar a prisão do ex-presidente Michel Temer. Confira os acontecimentos da semana que movimentaram a Bolsa de Valores e todo o mercado financeiro.
O Ibope que foi divulgado na última quarta-feira (20) também foi motivo de abalo no mundo dos negócios. O presidente em exercício, Jair Bolsonaro, saltou de 11% para 24% em apenas 3 meses no índice de reprovação de seu governo. O levantamento foi realizado durante os dias 16 e 19 de março, e esse resultado negativo da pesquisa foi um dos motivos que ocasionou a queda da Bolsa.
Esse pensamento dos investidores, principalmente aqueles que são estrangeiros, é de preocupação com a economia brasileira, decorrente das decisões do presidente atual que não estão agradando parte do seu eleitorado. Algumas decisões recentes, que também aconteceram essa semana, incluem a reforma da previdência dos militares e o adiamento da nomeação do relator da CCJ antes da prisão de Temer.
Reforma da previdência dos militares
O texto da reforma de previdência para os militares, ou seja, todos os profissionais das Forças Armadas, gerou rachas de liderança até mesmo em seu próprio partido (PSL). O texto oferecia benefícios nos rendimentos dos militares, criação e aumento de gratificações e regras mais brandas que para o restante dos trabalhadores, como não ter idade mínima. Além disso, se fosse aprovado, faria com que a economia líquida gerada paras os cofres públicos ficassem em apenas R$10,45 bilhões.
Essa nova declaração travou o andamento da aprovação da nova Reforma da Previdência dos civis. Por exemplo, o nome do relator do texto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara seria escolhido nesta quinta-feira (21), mas o presidente do colegiado Felipe Francischini (PSL-PR) decidiu que isso só vai acontecer quando a equipe econômica do Governo explicar ao Congresso por que os militares receberam benefícios que não foram dados aos demais trabalhadores.
Prisão de Temer
A prisão de Temer serviu para fechar a semana das polêmicas políticas no Brasil, o que terminou de acarretar na queda da Bolsa. O ex-presidente foi preso juntamente com Moreira Franco, acusados pela Lava Jato do RJ. O juiz que expediu o mandado foi Marcelo Bretas. A acusação diz que Temer é suspeito de liderar uma organização criminosa para desvios de dinheiro público. O ex-presidente alega defesa e está com o pedido de Habeas Corpus tramitando.
Para os economistas, a prisão de Temer deixou os investidores inseguros e preocupados com a instabilidade política que acarreta nosso país, além de trazer impactos ambíguos para o caminhar da reforma, já que agora a atenção do Congresso se volta para a prisão e deixa de lado a aprovação da Reforma.
Após os acontecimentos polêmicos da semana, a Bolsa caiu 2,6 pontos logo após a notícia da prisão, batendo 95.456 pontos. O grande plano do mercado, agora, é ver a bolsa retomar os 100 mil pontos.